Como de costume, algumas ficções científicas retratam o nosso mundo em um futuro, às vezes próximo, às vezes não, e muitas vezes o futuro não parece agradável.
Esses filmes retratam um planeta terra devastado, ou até mesmo um planeta terra que nem existe mais, e se formos olhar para a realidade atual do nosso planeta, não parece uma realidade tão distante.
Mudanças climáticas, queimadas, desastres naturais, espécies em extinção, utilização de recursos, com se fossem infinitos, e outras coisas, estão destruindo o planeta a cada dia que passa. Isso só nos deixa um passo mais perto de um planeta destruído, sem recursos e sem o básico para a sobrevivência para os seres humanos.
Em “Nova Ordem Espacial”, a humanidade deseja ir para o espaço para fugir do planeta que está perto do fim. O cinema sul-coreano é marcado por produções que abordam temas relevantes em questões sociais como desigualdade, miséria e crimes ambientais.
Os atuais dados de mudanças climáticas da Terra indicam que uma catástrofe ambiental não está tão distante, quanto parece na ficção-científica.
Sinopse do filme (Netflix): Em 2092, quatro rebeldes em busca de sonhos e lixo espacial encontram segredos explosivos ao tentar vender uma humanoide.
O filme acompanha a equipe da nave Victory, Tae-Ho (Song Joong-Ki, conhecido por Descendents of the Sun, A Werewolf Boy e Vicenzo), a capitã Jang (Kim Tae-Ri, conhecida por A Criada e Mr.Sunshine), Tiger Park (Jin Sun-kyu, conhecido por Kingdom e Doctors) e Bubs, uma robô militar reprogramada, que são nada mais nada menos que “varredores espaciais”, cheios de dívidas e que só pensam em dinheiro.
O longa se passa em uma distopia, onde o planeta Terra está em colapso, e uma grande empresa, a UTS – dirigida pelo homem mais velho do mundo, James Sullivan (Richard Armitage conhecido pela trilogia O Hobbit) – que criou um local no espaço para que pessoas consideradas “dignas”, ou seja, convenientemente ricas, pudessem morar.

Tudo muda quando o grupo encontra Dorothy, uma criança, supostamente um andróide, que é procurada por ser uma terrorista com um imenso poder explosivo. O grupo vê a andróide como uma oportunidade para enriquecer com a recompensa. Mas essa é só a ponta do iceberg, o filme vai além dessa trama.

Nova Ordem Espacial ou Space Sweepers, tem sido comparado a filmes como Alita: Anjo de Combate, Elysium, Wall-e, filmes da franquia Marvel e franquia Star Wars. O longa segue uma trama básica e até previsível, uma aventura espacial genérica, assim como, outros filmes onde o planeta Terra sofre com o colapso ambiental e precisa buscar refúgio no espaço.
Outro fator que parece básico, é a grande corporação ser a vilã, a UTS, ao longo do filme é referenciada como uma empresa que domina a colonização do espaço, pensando em soluções que são oferecidas apenas para aqueles “considerados dignos”, que coincidentemente são ricos, e, além de criar um “condomínio de luxo” no espaço, impor preços e taxas absurdamente altos.

A atuação não deixa a desejar. A equipe da Victory, possui um bela química, gerando ótimos diálogos, cômicos e dramáticos, trazendo originalidade e um bom tom para o filme.
Sullivan, personagem de Richard Armitage, consegue entregar o típico vilão, nada fácil de simpatizar, com um passado sombrio, que acredita apenas em seu ideal, e possui um senso de perseguição pelos protagonistas.

O filme teve sua estreia nos cinemas adiada diversas vezes, devido a agravação da Pandemia de Covid-19, até estrear na plataforma de streaming. Porém isso não afetou muito o filme. Space Sweepers, estreou em 1° lugar na Netflix de vários países, além de ter ficado nos top 10 de mais assistidos em diversos deles. O sucesso vem de diversos fatores.
“Os filmes e dramas coreanos estão em processo de expansão agora, e quando se tornarem mais e mais familiares (para o público mundial) e a língua coreana se tornar mais confortável, espero que haja muitas novas tentativas, mesmo em Hollywood.”, disse o diretor Jo Sung-hee ao veículo Pinkvilla.

A trama padrão, mas com pontos originais, e a boa fase do cinema coreano – com a vitória de Parasita no Oscar, e a indicação de Minari em diversas premiações, incluindo também no Oscar de 2021, e o grande investimento em produções sul-coreanas, são frutos deste reconhecimento.
“Os filmes coreanos passaram a abordar diversos temas, e a tecnologia da computação gráfica evoluiu tanto que um filme dessa natureza passou a ser concebível. Consegui dar continuidade ao projeto porque fiquei cada vez mais convencido de seu potencial com o passar do tempo.”, disse o diretor Jo Sung-hee, para a Forbes.
Veja o por trás das cameras:
Para um filme com o orçamento de 21,2 milhões de dólares – relativamente baixo, se comparado com os orçamentos de Hollywood – os aspectos técnicos e visuais são dignos de produções da Lucasfilm. Em termos de CGI, o longa é belíssimo, não economiza nos elementos e efeitos, recheado de sequências com muita informação, movimentos, cores néon e texturas, somados a uma câmera dinâmica.
O longa abrange uma grande variedade cultural – por se passar no espaço o filme não possui fronteiras – por isso, são apresentados personagens de diversos países diferentes, falando seus próprios idiomas. O diretor utiliza de um dispositivo de tradução universal para facilitar a comunicação entre os personagens, e o visual da nave varia de acordo com a nacionalidade.
O filme possui erros e furos de roteiro, assim como outros filmes que se passam no espaço, mas o intuito deste é a diversão, e uma possível conscientização sobre os problemas ambientais.
“Nova ordem Espacial” é um bom filme de sci-fi, divertido e emocionante, que está disponível na Netflix.
Veja o trailer do filme:
Disclaimer
As opiniões expressas em matérias traduzidas ou em colunas específicas pertencem aos autores orignais e não refletem necessariamente a opinião do KOREAPOST.