Com o assassinato de Kim Jong-nam – irmão do líder norte-coreano, crítico do regime e tido como sob a proteção chinesa – e o endurecimento das relações malaio-norte-coreanas, a relação da China com a Coreia do Norte é novamente alvo de críticas. A China tem sido vista pela comunidade internacional como um player vital na Península Coreana e pende entre a capacidade limitada e o grau de vontade para influenciar a Coreia do Norte. Ainda que a posição oficial seja pela desnuclearização de Pyongyang, Pequim resiste em pressionar o país nos moldes de satisfação internacional.

Recentemente, a China decidiu suspender as importações de carvão proveniente da Coreia do Norte, uma das principais fontes de moeda estrangeira de Pyongyang, na tentativa de conter o desenvolvimento do seu arsenal nuclear. A Coreia do Norte, por sua vez, criticou a decisão e alegou que a China estaria se deixando influenciar pelos EUA. Todavia, comparado ao ano de 2015, em 2016 a China aumentou em 14,5% as importações de carvão norte-coreano, mesmo ano em que votou duas vezes para sanções relacionadas a tais compras. Além disso, a China ainda pode alegar futuras transações comerciais sob o manto do dever humanitário.

A retaliação velada da China à Coreia do Sul acerca do THAAD se expandiu para a discriminação às empresas sul-coreanas na China, cancelamento de viagens turísticas corporativas à Coreia do Sul, fechamento de filiais de um dos maiores conglomerados sul-coreanos, protestos populares para a sua saída da China, boicote de consumos de produtos sul-coreanos e prejuízos às apresentações culturais sul-coreanas em território chinês.
Pyongyang já percebeu e busca diluir certa dependência de Pequim, e tem mais potenciais parceiros do que se imagina. Seja com exportação de minerais e de trabalhadores, obtenção de divisas, vendas de equipamentos militares a países africanos principalmente, o ambicioso programa nuclear militar norte-coreano segue em desenvolvimento.
Enquanto no lado Sul da DMZ partes do THAAD acabam de chegar para a implantação, no lado leste o Japão é alvo de mais 4 mísseis balísticos (considerados como resposta norte-coreana ao início dos exercícios militares anuais US-ROK e um teste de ataque contra a base militar dos EUA no Japão) e na parte Norte da Península malaios estão sendo impedidos de deixarem a Coreia do Norte em troca da garantia de segurança aos diplomatas e cidadãos norte-coreanos na Malásia, uma ação que está sendo considerada pelo governo malaio como uma tomada de seus cidadãos como reféns em Pyongyang.
Disclaimer
As opiniões expressas em matérias traduzidas ou em colunas específicas pertencem aos autores orignais e não refletem necessariamente a opinião do KOREAPOST.
Olá
Texto incrível,parabéns e obrigada por nos proporcionar informações como essa.
Atualmente estou no 3º semestre de Relações Internacionais e acho fascinante esse assunto ,pretendo fazer o TCC voltado para a península coreana. Você teria alguma dica de por onde devo começar as pesquisas?
Olá, Sionara! Obrigada pelo comentário e pergunta. Claro, quais questões você gostaria de abordar sobre as Coreias? Fique à vontade para entrar em contato, o meu e-mail é [email protected] Um abraço!
Marcelle, quando você acha que o Japão irá parar de assistir passivamente a tudo que ocorre e partir para respostas mais contundentes? Digo, mais do que somente discursos e/ou lobby diplomático.