No dia 06 de abril, não só a comunidade nipo-brasileira acordou com uma notícia triste, mas também a comunidade coreana e todos aqueles que admiram o Sr. Edmundo Fujita, primeiro embaixador nikkei do Brasil.

Graduado em Direito pela USP em 1972, o Sr. Fujita ingressou na carreira diplomática em 1976. Ascendeu a Conselheiro em 1989; Ministro de Segunda Classe em 1995; e Ministro de Primeira Classe em 2002. Na Chancelaria, foi Chefe da Divisão das Nações Unidas em 1990 e Diretor do Departamento de Ásia e Oceania em 1999. No exterior, foi Conselheiro junto à ONU em 1990; Representante alterno do Brasil no Conselho de Segurança da ONU em 1993; Embaixador do Brasil na Indonésia de 2005 a 2009; e, de abril de 2009 a setembro de 2015, o Sr. Edmundo Fujita esteve à frente da Embaixada do Brasil na República da Coreia.
O Embaixador Fujita foi um dos principais responsáveis pelo aprofundamento das relações econômicas entre Brasil e Coreia do Sul. Em suas próprias palavras, até cerca de 2007-2008, a Coreia do Sul praticamente não fazia parte do nosso horizonte político, econômico ou cultural, em comparação com o Japão ou a China, nossos parceiros na Ásia há muito tempo. Mas, a partir da crise global de 2007-2008, a busca por novas parcerias alterou as molduras geoeconômicas tanto da Coreia do Sul quanto do Brasil. O comércio bilateral se elevou de cerca de 5 bilhões de dólares pré-crise para 15 bilhões de dólares. Hoje, a Coreia do Sul é o 3o parceiro comercial do Brasil na Ásia e o 7o no mundo. O Brasil, por sua vez, é o maior parceiro comercial da Coreia do Sul na América Latina.
Para além da sua importante atuação nas áreas de economia, educação e cultura entre Brasil e Coreia do Sul, gostaria de destacar a sua relevância ao tema das relações intercoreanas e o posicionamento da diplomacia brasileira frente à sensível questão de reconciliação e paz entre as Coreias. Em seu relatório de gestão da Embaixada, o Sr. Fujita destacou que:
(…) Com a abertura, em maio de 2009, da Embaixada do Brasil na República Popular Democrática da Coreia (RPDC), o novo patamar das relações diplomáticas com a RPDC é fator de aproximação também com a Coreia do Sul, credenciando o nosso país como interlocutor capaz de contribuir para o diálogo construtivo entre Seul e Pyongyang. A manutenção de Embaixadas nas duas capitais da península transmite a mensagem de que o Brasil considera que as duas Coreias devem ser protagonistas do processo de reconciliação e da busca da paz e estabilidade (…)”.
E foi assim que, mesmo sem saber, o Sr. Fujita teve grande importância na minha trajetória de Península Coreana. Mesmo sem me conhecer, o Embaixador foi um grande professor e me motivou a seguir este sonho. Há algumas semanas cheguei a esboçar uma carta de agradecimento, a qual iria acompanhada das fotos dos momentos em que visitei ambas as embaixadas coreanas.


Infelizmente não foi possível, mas deixo aqui esta singela homenagem e o registro de gratidão. O Embaixador cumpriu com êxito a sua missão na Terra. Obrigada pelas importantes conquistas e pela construção e aprofundamento de importantes parcerias. Obrigada por ter semeado a esperança de paz e segurança entre as nações. Que sejamos a mudança que queremos ver. Obrigada pelos seus ensinamentos, mestre Fujita.
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Muito leal seu post. parabens.