Chegamos ao terceiro texto sobre o Movimento Samil. Dessa vez falaremos um pouco de Frank William Schofield, falecido missionário canadense na Coreia, lembrado como “o 34º patriota”.
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Porém, seu neto, Dean, diz que lembrar seu avô apenas como uma figura histórica pode ocultar o verdadeiro interesse de seu avô pela Coreia – o amor, cuidado e o comprometimento com o país.
Dean, de 57 anos, diz que ainda escuta diversos coreanos dizerem que devem suas vidas ao seu avô:
“Eu sempre senti que o Dr. Schofield amava a Coreia de forma paternal, da mesma forma que se ama um filho“, disse ao Korea Times. “O que meu avô conquistou é incrível, mas as histórias de como ele mudou a vida das pessoas e as inspirou é o que é mais especial para nossa família.”
Frank William foi à Coreia, pela primeira vez, em 1916 como um médico-professor e missionário Cristão. No dia 01 de março de 1919, ele traduziu a Declaração de Independência.
Ele também foi o responsável por mostrar o domínio brutal do Japão para o resto do mundo ao fotografar o Movimento Samil e ao escrever um longo relatório sobre os massacres que aconteceram em Jaem-ri e Suchon-ri, ambos em abril de 1919.
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O Dr. Schoefield foi expulso da Coreia em 1920, mas retornou em 1958 e dedicou o resto de sua vida aos Coreanos, principalmente aos estudantes e órfãos até sua morte, em 1970. Ele foi o primeiro estrangeiro a ser enterrado no cemitério nacional.
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Dean traz três relatos de seu avô. Eles são sobre a noite que uma mulher que foi presa por participar do Movimento Samil, sobre um órfão da Guerra da Coreia e sobre um jantar do governo.
“Eu não existiria se não fosse seu avô. Foi assim que a conversa começou“, diz Dean sobre o primeiro caso. “Ela era muito culpada, como ela dizia, e, certamente, teria sido executada se não fosse o Dr. Schofield ter convencido o carcereiro de que a haviam confundido e que ela era sua funcionária, uma enfermeira muito importante.”
Dean diz que o órfão, do segundo caso, disse que estava vestido em farrapos e não tomava banho há meses. Mas, Dr. Schofield o pegou, deu-lhe um “grande e apertado abraço” e cuidou dele por dois anos.
“Quando ele morreu, eu fiquei preocupado, mas logo eu percebi que ele havia me ensinado tudo o que precisava para sobreviver“, o órfão disse a Dean.
Já o terceiro caso aconteceu em 1958, quando retornou ao país. Pediram que Dr. Schofield levasse um convidado a um jantar do governo e “querendo mostrar a desigualdade que via na sociedade da época, ele levou um mendigo“, diz Dean.
Por causa de seu avô, diz Dean, a Coreia passou a ser sua segunda casa, e sua família fará “de tudo para manter sua memória viva” e “um pouco de jet lag, em troca de uma conversa assim, é um pequeno preço a se pagar.”
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Ele define o espírito de seu avô como “uma vontade indomável, sem medo de apontar as injustiças, e a compaixão.”
Sobre a reconciliação inter-coreana, Dave diz que, se seu avô estivesse vivo, ele talvez oferecesse conselhos. Como fez durante as conversas de normalização entre a Coreia e o Japão, nos anos 60.
“Se você quer derrotar seu inimigo, torne-o seu amigo. Um país, até mais do que um indivíduo, deve ter amigos. Eu acho que ele conseguiria acalmar a retórica pesada vinda de ambos lados.”
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