O documentário intitulado “The children gone to Poland” (As crianças que foram para Polônia, em tradução livre), que estreou no último dia 31 de outubro de 2018, retrata a história pouco conhecida dos órfãos da guerra coreana que acabaram no país do Leste Europeu.

Ele é a estreia da atriz Chu SangMi como diretora, que além de dirigir também atuou no filme ao lado da desertora e atriz norte coreana Lee Song.
O filme mostra duas mulheres da Coreia do Norte e do Sul visitando um orfanato na Polônia e coletando depoimentos e dados à medida que o entendimento mútuo entre elas se aprofunda gradualmente.
A Guerra das Coreias (1950-1953) deixou aproximadamente 100.000 crianças órfãs. Conforme a guerra continuava, a Coreia do Norte enviava órfãos para o Leste Europeu, e 1.500 delas foram mandadas para a Polônia, e os poloneses que estavam emergindo das cinzas pós Segunda Guerra Mundial as trataram carinhosamente.
Mas quando o regime de Kim Il Sung lançou o chamado “Movimento Chollima” para promover rápido desenvolvimento econômico no fim da década de 1950, foi preciso mais mão de obra, e com isso os órfãos foram forçados a voltar para a Coreia do Norte.

Por que essa história real a atraiu?
“Foi uma coincidência quando encontrei e li o romance “Skrzydlo Aniola”, “As asas dos anjos”, escrito pela jornalista polonesa Jolanta Krysowata” respondeu a diretora.
“A autora polonesa se inspirou para escrever o romance quando encontrou a lápide de Kim KiDok em um cemitério polonês. Kim era um órfão que morreu lá em 1995”.

A emissora estatal polonesa produziu um documentário sobre ele em 2006. “Se os órfãos de guerra são o mais trágico resultado das guerras, fiquei comovida em saber que pelo menos houve alguém que os adotou como seus próprios filhos”, acrescentou Chu.
O que a motivou a dirigir?
“Quando eu era uma atriz, eu me sentia sozinha por estar imersa na mente da personagem. Mas um diretor precisa se comunicar com o mundo, então eu me tornei muito mais sensível às questões sociais” diz ela.
“Meu pai costumava falar que uma boa produção artística acaba com a raiva e promove a reflexão. Talvez tenha sido pela influência dele, mas eu estou interessada se meu trabalho pode provocar coisas boas” , continuou. “Ficaria muito feliz se meu trabalho pudesse levar a cura, purificação e ao despertar da sociedade”.
O pai de SangMi é o ator de teatro Chu SongWoong que foi considerado um dos principais nomes da atuação coreana na década de 1970.
Abaixo você confere o trailer do documentário:
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