Os caçadores coreanos buscam incansavelmente pelas baleias Minkes, apelidadas de “lotérica dos oceanos” pelos pescadores, devido aos preços altíssimos associados a elas – uma única baleia Minke pode ser vendida entre 30 e 60 milhões de wons (R$ 93 e R$ 186 Mil).
Os preços de mercado das baleias Minke tiveram uma alta enorme desde 1986, quando a Comissão Baleeira Internacional (CBI) definiu um memorando mundial sobre o comércio de baleias. Por exemplo, uma baleia Minke de 5 metros poderia ser vendida por 40 milhões de wons (R$124 Mil) em média, porém poderia chegar a 80 milhões de wons (R$ 240 Mil) em restaurantes. Em restaurantes de carne de baleia em Ulsan, por exemplo, 250g de carne são vendidos a cerca de 100.000 wons (R$ 310), muito acima dos valores médios do filé bovino.
A demanda pela iguaria pode ser atribuída à cultura de consumo de carne de baleia que existe na Coreia, que sustenta aproximadamente 120 restaurantes de baleia ao redor do país. O consumo da carne de baleia é especialmente notável em cidades como Ulsan, Busan e Pohang, com 20 restaurantes de carne de baleia localizados somente em Jangsanpo, casa do famoso festival anual de baleia de Ulsan que é realizado entre 26 e 29 de Maio.
Cada restaurante de baleia vende pelo menos o equivalente a duas e no máximo seis baleias por ano, resultando em um total de 240 baleias vendidas por ano ao redor do país.
Porém, o que muitos consumidores de carne de baleia continuam sem saber é sobre o abominável processo da caça ilegal. A caça ilegal é geralmente conduzida por dois barcos, ambos muito pequenos para serem detectados pelos radares da polícia marinha. As baleias, sendo mamíferos, devem retornar à superfície a cada 10 ou 20 minutos para respirar, e os caçadores esperam esse exato momento para atirar seus arpões.
Uma vez que o arpão penetra a pele da baleia, pequenas farpas ou espinhos são liberados e se aderem à carne. Uma longa corda também é conectada ao cabo do arpão, o que assegura que a baleia não escape das mãos do caçador. Após um dos barcos acoplar uma boia e uma ancora à baleia capturada, um outro barco vem no período da noite para recolher a baleia.

Com os altos preços e demanda por carne de baleia apesar das restrições à caça, as agências fiscalizadoras tem apreendido cada vez mais caçadores ilegais, tanto no momento da ação, quanto ao localiza-los a partir dos mercados. A polícia prendeu um homem chamado Jung, de 52 anos, em outubro do ano passado, por supostamente distribuir 700 milhões de wons (R$ 2.170 Milhões) em carne de baleia Minke no mercado de Busan, por cerca de 70.000 wons (R$ 217) o quilo.
Oficiais de justiça estimam que ele vendeu um total de 13 a 14 baleias durante um período de quatro anos. Durante o mesmo mês de outubro, a polícia indiciou dez proprietários de barcos, vendedores de atacado e transportadores que caçaram mais de 20 baleias Minkes no Mar do Oriente, e também indiciou sem detenção outros 34.
“A razão de não ocorrer a erradicação de caçadores de baleia, apesar de prendermos tanto deles todo o ano, é devido a existência dos restaurantes de carne de baleia que vendem a carne a preços exorbitantes”, afirmou o secretário geral Hyung Geun Kim da Federação de Movimento Ambiental de Ulsan.
“Devemos acabar com a cultura baleeira por completo, e transformar o Festival Anual de Baleia de Ulsan em um festival cultural focado em barcos para observação de baleias e museus baleeiros”, ele adicionou.
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