Jung Jae-ho documentou prédios decadentes construídos nos anos 60 e 70 em suas detalhadas pinturas sobre papel de amoreira coreano.
Seu trabalho, segundo o artista, não foi feito para expressar interesse ou anseio pela arquitetura antiga, hoje quase extinta pela modernização urbana.
Ele acredita que se trata de uma forma de ver o que está acontecendo e por que o presente está sendo do jeito que é.
A instalação intitulada “Rocket and Monster“, em exibição no Museu Nacional de Arte Moderna e Contemporânea (MMCA) e parte da premiação anual de arte do museu, é sua visão satírica sobre o crescimento econômico liderado pelo governo que criou fantasias, ou falsas esperança, sobre um futuro promissor por meio do desenvolvimento científico e econômico.

“A modernização radical ainda controla a mentalidade do povo… O desenvolvimento liderado pelo governo alimentou a crença mítica sobre o que a ciência e a tecnologia podem oferecer“, disse o artista durante uma entrevista a imprensa sobre a exposição do “Prêmio Artista Coreano de 2018″. ”
Jung é um dos quatro finalistas do prêmio anual, que se inicio em 2012 pelo museu em conjunto com a SBS Culture Foundation e é oferecido ao artista mais promissor, criativo e com visão aguçada da sociedade e da arte.
Junto com a cerimônia de premiação, o museu realiza uma exposição para apoiar e apresentar “os artistas mais capazes e criativos da Coréia”. Isto dá continuidade a tradição do “Artista do Ano” que aconteceu entre 1995 e 2000.
Durante a conferência de imprensa, o museu concentrou-se mais nos estilos artísticos únicos de quatro pessoas que concorrem a premiação.

O grupo de artistas intitulado Okin Collective explora a relação entre os indivíduos e a comunidade por meio de vídeos, performance de arte e rádio. O grupo foi formado em 2009 para tratar do despejo e reassentamento dos moradores do Okin Apartment, no centro de Seul.
“Estamos estudando por que as pessoas formam uma comunidade e como elas resolvem problemas recorrentes em um sistema de vida em conjunto”, disse Yi Joung-min, do grupo de três integrantes.
“No imenso sistema social, muitas vezes, testemunhamos uma situação em que um indivíduo não atua como protagonista. Gostaríamos de falar sobre pequenas comunidades e priorizar o que é importante“, disse ela.

Outra finalista é Gu Min-ja, que estuda a intervenção artificial na natureza e no processo de civilização. Ela conta sobre seu tempo na ilha de Taveuni, em Fiji, pela International Date Line (IDL). Através do experimento, ela destaca a ironia das regras feitas pelo homem, vivendo seus dias guiados por limitações.
Outro candidato é Jung Eun-young que, por uma década, estudou e pesquisou artes performáticas coreanas tradicionais feitas por atrizes, que possuíam alta popularidade nos anos 50. O gênero quase desapareceu durante o processo de modernização centrada no homem, apesar de sua importância na história da arte coreana.
O artista coletou e arquivou materiais importantes para a historia, os quais é possivel fornecer uma visão melhor de como a tradição da arte coreana foi feita de maneira deliberada e subjetiva.
A MMCA anunciará o vencedor em 5 de setembro, mas a exposição continuará até o dia 25 de novembro.
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