As empresas de games da Coreia do Sul expressaram sua irritação a respeito da decisão da Organização Mundial de Saúde (OMS) de oficialmente reconhecer “vício em video games” como uma doença.
Um comitê composto por 88 organizações, incluindo o sindicato da Nexon, maior empresa de games da Coreia, e outras grandes empresas, associações, sindicatos e universidades, contrariou a decisão afirmando que ela “privaria as crianças do seu direto ao lazer e diversão”, conforme consta no Artigo 31 da Convenção dos Direitos da Criança, adotada pela ONU.
“Faremos tudo o que estiver ao nosso alcance para evitar a adoção do termo “distúrbio relacionado a video games”“, anunciou o comitê em um comunicado.
O Artigo 31 prevê “o direito da criança ao descanso e ao lazer, ao divertimento e às atividades recreativas próprias da idade, bem como à livre participação na vida cultural e artística.”

O comitê também afirmou em uma declaração que “Isso representa uma crise para toda indústria coreana de mídia e entretenimento.”
Além disso, reiterou que jogar vídeo game é um direito dos adolescentes, mas que a decisão da OMS de, oficialmente, designar essa atividade como uma doença fará com que jogadores desenvolvam um sentimento de culpa. A decisão também limita os desenvolvedores de jogos e a habilidade dos criadores de conteúdo de expressar sua criatividade livremente.
“A indústria de games não está livre de responsabilidade, considerando os 20 anos de história de jogos eletrônicos na Coreia“, admitiu o comitê. “Lamentamos não termos conseguido melhorar a imagem dos games para o público geral e faremos o nosso melhor para reinventar esse cenário de forma a atingir um maior reconhecimento“.
O comitê realizou um evento midiático na Assembleia Nacional onde descreveu suas medidas contra a decisão da OMS.
No mês passado, membros da OMS votaram por unanimidade pela aprovação da 11ª revisão da Classificação Internacional de Doenças, ou CID-11, na 72ª Assembleia Mundial da Saúde realizada em Genebra, na Suíça.
A CID-11 define o distúrbio como uma “falta de controle em relação ao game” sendo “evidente por pelo menos 12 meses” e “resulta em prejuízo significativo em áreas pessoais, familiares, sociais, educacionais, ocupacionais ou outras áreas importantes do desenvolvimento humano.”
As novas diretrizes entrarão em vigor a partir de janeiro de 2022, quando as nações membros da OMS deverão ter elaborado medidas para tratar e prevenir “distúrbio relacionado aos games”.
Disclaimer: As opiniões expressas em matérias traduzidas ou em colunas específicas pertencem aos autores orignais e não refletem necessariamente a opinião do KOREAPOST.