Desde 4 de setembro, quase 4 mil funcionários das emissoras públicas KBS e MBC, incluindo repórteres, câmeras, editores, produtores, entre outros, estão em greve geral.
O objetivo é a demissão de diretores e gerentes que estão prejudicando a “justiça e credibilidade das transmissões públicas”. Os funcionários alegam ter visto interferência política na cobertura de certos eventos, além disso, a justiça vem investigando práticas ilegais de trabalho na MBC desde o meio do ano.
O acontecimento é relacionado ao impeachment da presidente Park Geun-Hye, pois o governante tem direito a escolher 6 dos 9 executivos no gerenciamento da KBS, maior emissora pública do país, o que também dá a ele controle da gerência da MBC, que foi forçada (pela lei) a ceder 70% de suas ações para a KBS.
Segundo os funcionários, ambas as emissoras perderam sua credibilidade com o público, no momento que Geun-Hye foi destituída de seu cargo.

A greve vem afetando enormemente as transmissões das duas emissoras, tanto na televisão quanto no rádio, principalmente na MBC. Os primeiros programas a serem afetados foram os noticiosos, sem repórteres para trazer furos, eles passaram apenas a citar as notícias dos jornais do dia, e cortaram a previsão do tempo e trânsito em tempo real.
Programas como o Music Core, I Live Alone e Radio Star também deixaram de ser transmitidos assim que a paralisação começou. Alguns outros que já tinham alguns episódios gravados antes continuaram a ir ao ar por algumas semanas.
A gravação dos especiais do Chuseok (primeira semana de outubro) foi cancelada, e pela primeira vez a MBC não transmitiu nenhum programa especial durante o feriado. Os dramas foram os menos afetados, mas recentemente foi anunciado uma pausa na transmissão de 4 dramas: Bad Thief, Good Thief, All Kinds of Daughters-in-Law, Man Who Sets the Table e Return of Bok Dan-Ji, na esperança de que isso ajude a resolver logo esse caso.
Na KBS, a programação continua praticamente normal, com apenas alguns cancelamentos e alguns programas com horário reduzido, e os executivos estão tomando conta da produção e edição dos mesmos, por conta da falta de funcionários.

Também aumentaram nesse período as reclamações de plágio de outras produções, principalmente relacionado aos especiais de Chuseok da KBS, uma vez que não haviam produtores o suficiente para discutirem formatos inteiramente novos.
Na reunião da União de Trabalhadores da MBC, a paralisação foi aprovada por mais de 90% dos participantes, o que é a maior aprovação da história. É também a primeira greve que une as duas emissoras desde 2012, quando a mesma ocorreu também por motivos políticos.
Texto autoral baseado em pesquisas.
Fontes: Korea Times, Joongang Daily, Joongang Daily 2, Korea Times 2, Asia Media, The Hankyoreh, Soompi, Soompi 2, Allkpop , Dramabeans e Yonhap.
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