Em Ansan, Província de Gyeonggi é como se o tempo tivesse parado. Nenhum som vem das salas de aula dos estudantes desaparecidos. Flores e cartas foram empilhadas nas mesas e cadeiras, ao invés de livros e canetas.
As salas dos estudantes da Escola Secundária de Danwon, permanecem “sem vida” desde 16 de abril de 2014, o dia em que a balsa Sewol naufragou levando os jovens para dentro do mar azul durante uma viagem escolar para a Ilha Jeju.

Era uma manhã fria de quarta-feira, quando o memorial temporário dos estudantes secundaristas de Danwon – que compunha a maior parte das vítimas do desastre – foi aberto ao público em um anexo da Secretaria de Educação de Ansan em Danwon-gu, Ansan, na Província de Gyeonggi.
Dentro do edifício, 10 salas de aula chamadas de “Salas Memoriais” mantêm os pertences das vítimas – 250 alunos e 11 professores – preservados como estavam antes do desastre. O espaço memorial será abrigado em um anexo até ser movido para um parque memorial oficial que será construído ao lado da escola até 2019, de acordo com representantes.
Enquanto os visitantes caminham cuidadosamente pelas salas, alguns observam as fotos das vítimas com lágrimas nos olhos.

“Mesmo depois de dois anos, a raiva e tristeza ainda me mantêm acordado à noite” disse o pai de uma das vítimas, de sobrenome Lee, ao Korea Times enquanto mostrava ao repórter as fotos das ultimas mensagens que o filho enviou de dentro da balsa.
Ele disse que nunca deixou de comparecer às passeatas nos últimos dois anos para obrigar o governo a revelar a verdade sobre o acidente e para que assumam a responsabilidade da operação de resgate sem sucesso.
As famílias com perdas tem demandado da presidência que revelem onde a presidente estava durante sete horas enquanto o desastre acontecia, mas Cheong Wa Dae nunca lhes ofereceu uma explicação clara. Apenas disseram que ela estava em seu escritório trabalhando.
“Meu filho e as outras vítimas podiam ter sobrevivido, se apenas a presidente Geun-Hye estivesse dando ordens necessárias para a operação de resgate naquele momento crucial” Lee disse.
“Eu nunca vou deixar de lutar pela verdade sobre o desaparecimento da presidente por sete horas.”
Seu filho estava na “Turma 7”. Trinta e dois de seus 34 estudantes não retornaram para suas famílias.

A mãe de outra vítima da mesma sala disse que nada pode consertar seu coração ferido.
“Queremos que a presidente renuncie, com certeza,” disse uma mulher, que se identificou como a mãe de Jae-Gwang Heo. “Mas nada pode nos confortar a não ser que nos tragam nossos filhos de volta. Eu ainda sinto que meu filho está comigo todos os dias”. disse ela chorando. “Tudo que mais quero é que as pessoas lembrem de nossas crianças.”
A Coreia jamais esquecerá a maior tragédia de sua história moderna e o Korepost se solidariza às famílias, sempre publicando matérias que sejam relativas a este acontecimento.
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